Windows 8: hora de dizer adeus ao PC de mesa (e olá ao tudo-em-um)
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Windows 8: hora de dizer adeus ao PC de mesa (e olá ao tudo-em-um)

O Windows 8 diz em alto e bom som “tchau, desktop”. Não no sentido do (quase) fim da velha e boa Área de Trabalho do sistema operacional, mas sim das velhas máquinas dedicadas, com gabinete, mouse, teclado e monitor.

Um levantamento feito pelo ZTOP com os fabricantes de PC que anunciaram novos computadores com Windows 8 mostra que o desktop tende a desaparecer ou será trocado pelo tudo-em-um, que é a evolução para uso doméstico.

De 55 computadores anunciados pelos fabricantes, 39 são notebooks (incluindo modelos já com telas sensíveis ao toque), sete são tablets ou híbridos, quatro são do tipo tudo-em-um e apenas cinco são desktops. A Microsoft diz que, em quatro semanas após o lançamento do Win8, serão 60 máquinas novas.

Ao levar isso em consideração para o consumidor final (aquele cara que compra computadores para uso doméstico), só duas fabricantes se encaixam nesse critério: a Megaware (com seu Megahome Chrome), e a especializada em games SpaceBR, com um PC (SpaceBR Série Gamer) de uso específico e configuração mais parruda.

Os demais fabricantes que anunciaram desktops – Positivo, HP e Itautec – dizem que o foco de seus PCs é o mercado corporativo, que ainda precisa de gente presa a uma mesa o dia todo.

Os números da tabela abaixo foram compilados seguindo dados dos comunicados de imprensa fornecidos pelos fabricantes durante a coletiva do Windows 8, na tarde de ontem.

Dos OEMs anunciados como parceiros oficiais pela Microsoft, apenas a Philco não informou sobre seus lançamentos.

windows 8 no ZTOP

O número de PCs tudo-em-um pode parecer pequeno, mas é o dobro de desktops para uso doméstico (4 AIOs contra 2 desktops). É um formato específico, que acredito que vai crescer e acabar engolindo o modelo clássico (gabinete-teclado-tela-mouse) porque ocupa menos espaço e, com telas grandes e touchscreen, se adaptam melhor ao estilo de uso do Windows 8.

Dos tablets ou híbridos (com tela que gira, como a do Dell XPS 12, ou destacável, como do Samsung ATIV Smart PC, ou com duas telas, como o Asus Taichi e o filho único Asus Tab RT com Windows RT) acredito que o total é pequeno, mostra que os fabricantes estão avaliando terreno ainda e que mais gente deve investir nesse tipo de produto em um futuro próximo – já que, no mundo do Windows 8, telas sensíveis ao toque de tablets somadas a extensões que ampliam seus recursos são o modo quase perfeito previsto pela Microsoft.

Colocando os totais da tabela acima por tipo de máquina em um gráfico: viva os notebooks!

O Windows 8 também será o início do fim de máquinas ruins. Quem não se adaptar vai morrer, e isso é bom para o mercado como um todo.

A entrada da Microsoft no mercado de hardware com o Surface foi um recado claro: é uma referência, acima de tudo, para os fabricantes de PCs, que o consumidor de tecnologia quer produtos com design, boa configuração e excelente experiência de uso. A Apple que o diga.

A longo prazo, vendedores de PCs baratos-e-vagabundos que prezam o preço baixo no lugar do pacote completo tendem a desaparecer (sabe aquela máquina de prateleira de supermercado com preço joinha que dura seis meses? É dessa que estou falando).

Esses computadores mais em conta nem sempre vão atingir o padrão de experiência de uso decente requerido pelo Windows 8, como um bom touchpad com superfície lisa já configurado para gestos e múltiplos toques, por exemplo. O sistema funciona com mouse e teclado, mas ele pede toque na tela. A demanda criada pela Microsoft vai levar a uma queda de preços em telas touch, e isso é ótimo.

Para o consumidor final, sem dúvida, é um ponto muito positivo que essa limpeza no mercado de hardware ocorra o mais rápido possível.

<ironia>Existem mais computadores novos com Windows 8 do que aplicativos nativos em português para o sistema novo da Microsoft no dia do lançamento

Na verdade, a Microsoft não divulga o número de apps locais, mas se esses daí são os destaques… argh. Ainda bem que Angry Birds vem aí

</ironia>.

 

Escrito por
Henrique Martin
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