TomTom quer fabricar GPS no Brasil
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TomTom quer fabricar GPS no Brasil

O mercado local de aparelhos de GPS (ou dispositivos pessoais de navegação) é pequeno, muito pequeno no Brasil (e vizinhos) – mas é uma questão de “ainda é pequeno”, na visão de Benoit Simeray, vice-presidente sênior para América Latina da TomTom.

Este Zumo (homônimo sem querer de um GPS da concorrente Garmin, por sinal) conversou sobre os rumos do GPS (ahn, ahn?) na região e para onde vamos (oh, não, de novo!). Falando sério agora, os caras têm planos de começar a fabricar esses gadgets por aqui para deixar a tecnologia mais barata e popular.

Mais de Benoit, TomTom e GPS depois do clique.

Zumo – Primeiro, como está o mercado de GPS hoje no Brasil?

Benoit Simeray – “2008 foi um bom ano. Estamos crescendo no Brasil, começamos a operação no fim de 2007 e já somos responsáveis por cerca de 20% do mercado de GPS. Em 2007, foram vendidos, no geral, cerca de 50 mil dispositivos de navegação, número que pulou para 150 mil em 2008.”

E isso é um mercado pequeno?

“Sim, sentimos que o mercado é muito muito pequeno ainda. Compare com o número total de carros nas ruas, nem 1% deles tem um GPS. O mercado está começando agora e ainda é insignificane perto do que pode ser em alguns anos”

OK, mas estamos em um momento de crise, mas nem todo mundo vai comprar um GPS agora, certo?

“2009 é um ano de transição, com uma crise global. Para o Brasil, sentimos que o maior impacto está na moeda, que se desvalorizou. E quanto mais caro um aparelho, menos as pessoas têm acesso a ele. De qualquer maneira, o ano será de crescimento, o mercado deve passar para 200 mil, 250 mil unidades vendidas.”

E como fazer o comprador decidir por um aparelho?

“Queremos que o mercado decole no Brasil. Mas, para isso, é preciso quebrar algumas barreiras. Primeiro, o preço. Hoje, no Brasil, você encontra um aparelho básico por 799, 899 reais em média – se for de uma boa marca, claro. Isso dá uns 300 dólares para um aparelho que,  nos Estados Unidos, custa uns 160 dólares. Já estamos trabalhando para resolver esse problema.

Segundo, o conteúdo adicional e serviços. Você pode comprar um aparelho e atualizar mapas, baixar a versão mais recente do aplicativo. Na média, em números globais, 15% das ruas mudam a cada ano. Temos a opção, chamada Map Share, onde os usuários ajudam a atualizar as informações do GPS. Só no Brasil já tivemos 50 mil “coleções” compartilhadas por usuários. Esse recurso é checado por moderadores. O básico é fornecer um bom serviço de direções ao consumidor. Em um estágio mais avançado, mais serviços com dados de câmeras, radares etc.”

De que modo reduzir o preço então?

“Com um menor preço, você vende mais, massifica o produto. Em algum momento teremos que produzir aparelhos no Brasil. É algo que ainda estamos em fase de “investigação”, afinal não dá para fabricar sem ser muito grande localmente. Ninguém consegue ser bem-sucedido sem fabricação local, isso limita a sua participação de mercado. Veja a Apple no Brasil, por exemplo”.

Os celulares com GPS integrado e serviços de mapas estão cada vez mais populares.

“Celulares, ou melhor, smartphones com GPS, ainda não decolaram, mas começam a crescer cada vez mais em popularidade. Tem que prestar atenção pois é um mundo mais complexo, muitos deles têm mapas que vêm da operadora, acredito que hoje seja mais para uma versão complementar de navegação, mais para pedestres do que carros.

Veja um Google Maps, por exemplo, uso quando estou em casa e quero buscar um restaurante na área onde estou. De qualquer modo, a tecnologia vai progredir e logo veremos esse tipo de serviço nos carros também.”

E como serão os GPS de amanhã?

“É difícil prever essa tecnologia para cinco anos, é algo muito distante ainda. Em dois anos, vejo que aparelhos integrados aos carros serão cada vez mais populares, e novos aplicativos de localização irão surgir para ajudar a encontrar cada vez mais coisas perto de onde você estiver. Na Europa, informações sobre o trânsito em tempo real são cada vez mais necessárias. Já oferecemos um serviço chamado HD Traffic, em parceria com a operadora Vodafone – usamos o “congestionamento” de celulares para calcular o trânsito em uma região.”

Escrito por
Henrique Martin
4 comentários
  • GPS automotívo é um aparelho muito legal 😉 , principalmente para que gosta de pegar estrada sem um destino muito bem definido ou por caminhos desconhecidos (eu adoro isso). Eu tenho me aventurado com o GPS do N95, porém não estou satisfeito, pois está difícil achar um programa com mapas completos da minha região (Vale do Paraíba – SP). O Google Maps Mobile até tem mapas completos e calcula a rota satisfatóriamente, mas o posiconamento não está muito preciso, e também se você entra em uma área sem cobertura de rede celular o programa simplesmente para e da uma mensagem de que não é possível utiliza-lo sem uma conexão… Não sei como estão os mapas de aparelhos dedicados a função de GPS, mas os mapas dos programas para smartphones precisam melhor muito aqui no Brasil.

  • Uso o Airis, os mapas ainda precisam dar uma melhorada, existem ruas que ele manda entrar que são contra mao e principalmente ruas novas ele ainda não tem, se contassem mais com a ajuda dos usuarios que reportam os erros e eles fossem verificar e já lançassem uma nova versão do mapa cada vez mais ficariam mais precisos. Mas mesmo assim ainda é um bom investimento, com toda certeza ele mais me ajuda do que atrapalha. Não me arrependo nem um pouco de ter comprado! Em SP capital, que uso 99% do tempo, ele funciona bem, mas algumas vezes usei no litoral de outros estados e foi péssimo, varias vezes ele mostrava que eu estava no mar…

  • hauhauah quero ver a tom tom mapear as favelas , e madar alguem la pra fazer auditoria…. alias com um GPS desse, você corre o risco o rio, por exemplo de acabar pegando uma rua sem saida, 11 da noite e acabar parando dentro de uma favela!

    Tem que ser malandro, olhar o GPS, mas tambem olhar pra frente….

  • Não consigo ver um Brasil onde qualquer sinal funcione perfeitamente, são muitas matas neste país e poucos dispostos à operar um GPS. Compartilhar rotas não será de todo interesse do brasileiro comum. Observe as secretárias eletrônicas, esse serviço não é tão usado em nossas vielas brasileiras, em algumas culturas se você não tem dessas secretárias será tachado de associal e arrogante.