Review: Motorola Flipout
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Review: Motorola Flipout

RESUMO

O Flipout é um aparelho que chegou cheio de responsabilidade. É o primeiro que traz a SHOP4APPS instalada, a lojinha de aplicativos da Motorola. E pelo jeitão do aparelho, um dos focos é justamente a oferta de aplicativos bacanas para destacá-lo da concorrência.

A Motorola não perdeu tempo mesmo. Quando optou em redirecionar seus recursos para fazer aparelhos celulares embarcados com Android, ela realmente estava engajada em caprichar e recuperar o terreno perdido desde o lendário Razr. O Flipout é o mais novo aparelho da empresa. Mas será que em seu pequeno tamanho cabe tudo o que a Motorola prometeu?

O Flipout é um aparelho que chegou cheio de responsabilidade. É o primeiro que traz a SHOP4APPS instalada, a lojinha de aplicativos Android da Motorola. E pelo jeitão do aparelho, um dos focos é justamente a oferta de aplicativos bacanas para destacá-lo da concorrência.

Ele é o típico aparelho para uma faixa muito característica de consumidores: os jovens ou inexperientes em smartphones que querem um Android para chamar de seu. É um povo que considera muito mais importante a habilidade de trocar a carcaça do aparelho por outra cor, para sempre ter um celular novinho, do que conseguir fazer de tudo com o aparelho.

O mercado não vive só de aparelhos de elite como o Milestone. E a Motorola aprendeu isso observando com cuidado seus rivais coreanos. Dê uma olhada nas vitrines das operadoras. Tem muito celular que não faz quase nada que custa uma fábula. R$ 800 por um aparelho desbloquado que acessa messenger e olhe lá é muito caro. Mas o público que consome esse tipo de celular não só aceita o preço como compra avidamente.

É como gastar uma nota em um tênis de marca. O jovem (ou os pais) faz crediário em 12 vezes, se mata para pagar mas quer de todo jeito a realização de seu sonho de consumo. E o Flipout foi cunhado para ser um desses sonhos.

O tamanho do aparelho é o que mais chama a atenção. 67 x 67 x 16 mm, é quase do tamanho de uma bolacha água e sal.

Tá bom, para vocês cariocas, de um “biscoito” água e sal. E da mesma espessura que quatro bolachas empilhadas. Dá para levar no bolso da calça sem problema. E com seus 110 gramas, ele não pesa nada.

Apesar de levinho, o aparelho é bem robusto. Ele conta com um anel externo de alumínio sólido que preserva a tela de riscos acidentais em superfícies planas além de conferir ao aparelho uma surpreendente resistência a quedas. Por causa do tamanho, o danadinho acabou escorregando da mão e beijou o chão de piso frio, levando um tombo de mais ou menos 1,30 m. E ele saiu incólume, sem nenhum arranhão.

A telinha é a única parte sofrível do Flipout. O display de 2,8 polegadas é honesto, e segundo a Motorola, coberto com o delicioso Gorilla Glass, um material extremamente resistente que também recobre o Milestone e o iPhone 4.

O que dói na danada da tela é a resolução. 320×240 pontos parece piada nos dias de hoje. A redenção fica por conta do zoom multitoque, que quebra um galhão para enxergar as coisas.

A bateria de 1170 mAh dá conta de manter o Flipout funcionando macio pelo dia inteiro, com direito a uma saudável dose de 2 horas de 3G. Segundo a Motorola, ele segura 220 minutos de conversação, o que, convenhamos, é mais do que suficiente.

Seguindo a tendência mundial, o Flipout vem com conector USB micro, que já é padrão em qualquer celular que se preze. Cabos e entradas proprietárias são revoltantes, e para o público que vai consumir o Flipout, é bom ter um cabo que sirva para vários aparelhos dentro da mochila.

A camerazinha de 3.1 megapixels é honesta, mas não estelar. Tem um modo bacana de fotos panorâmicas, serve para aqueles momentos miguxos, mas não vai enterrar nenhuma câmera dedicada. Mas, pensando como o público-alvo do aparelho, está de bom tamanho. O zoom digital e a ausência de flash são doídos, mas ela resolve na maioria dos momentos cotidianos. Um lance bacana da câmera é a integração com o GPS do aparelho. Se o usuário quiser, ela registra como tag a localização exata das fotos.

O processador do Flipout é uma espécie de primo pobre do Milestone. O OMAP3410de 600 Mhz é esperto, mas falta a ele o co-processador gráfico que faz o Milestone brilhar. Não que isso seja um problema, pois assistir a vídeos em 320×240 é mais uma penitência que atributo.

A falta do co-processador faz o Flipout reclamar muito na hora de passar vídeos. Ele até passa, mas é muito chato ficar reconvertendo tudo para ele. E, pensando bem, quem quer um aparelho desses inevitavelmente já tem seu iPod para assistir.

Mas, ele faz um negócio muito bacana: roda YouTube em HD (traduzindo: com qualidade menos xexelenta) sem suar. Para quem se liga em compartilhar conteúdo com os amigos, isso é muito mais importante que rodar vídeos pré-gravados.

O software do aparelho é muito decente. Ele roda o Android 2.1, o mesmo do irmão mais velho Milestone, mas com uma série de temperinhos que o fazem ficar parecido com o 2.2.

Para começar, o sistema de gerenciamento de bateria dá uma surra no do Android 2.1. Ele aponta o que está gastando energia e até deixa o usuário decidir o que vai rodar. E as principais funções ficam a um toque dos dedos, graças ao widgets que vêm instalados.

O Flipout também funciona como modem. É só espetar o cabo no PC que rapidamente ele é reconhecido e sai conectando feliz. Quer isso pelas vias legais no seu smartphone Android? Espere pela versão 2.2 ou compre o PDANet.

A nova versão do Motoblur é bem bacaninha. Mais fácil de usar e mais esperta, tem integração com o reprodutor de mídia e vai até buscara letra das músicas, que aparecem na tela como em um karaokê.

Isso é um tremendo killer app para quem é jovem, anda de turma e gosta de música. Imagine o pesadelo, NXZero com letra em tempo real para o pessoal emo se acabar comendo Cheetos e bebendo Fanta Uva… mas deixando a brincadeira de lado, é um recurso legal para os mais jovens. Aí, vemos de novo a filosofia por trás do aparelho: isso não é o iPod, nem precisa ser. Faz, sem complicar, coisas que o outro aparelho não faz.

O gerenciamento de rede também é muito bom. Dá para deixar o aparelho em modo automático de rede. Quando ele está ao alcance do Wi-Fi, desliga o 3G. E ele tem até um gerenciador de dados bem completo, para que o usuário não perca a conta de quanto pode usar.

A experiência de uso é ótima. O tecladinho, que parece ridiculamente pequeno, é muito bom de usar. As teclinhas têm um formato que agrada aos dedos, são levemente saltadas para cima, com uma protuberância suave ao toque. Parece uma versão mais bem acabada dos teclados de Blackberry.Uma pequena divisão no meio do teclado ajuda a orientar os polegares na hora de digitar. No final das contas, o teclado do Flipout é muito melhor que o do Milestone. Gostoso e super veloz de teclar.

O aparelho tem uma ergonomia boa. Com um movimento, o mecanismo assistido por mola da tela desliza para que se atenda o telefone. Outro movimento suave, ele encerra a ligação. Simples e eficaz.

Ah, nosso intrépido nipônico Mario Nagano comentou uma falha importante no aparelho: não há nenhuma ranhura ou orifício para pendurar adornos, aqueles chaveirinhos de celular ou as alças coloridas que evitam que o aparelho se esmigalhe no chão. Os velhos anciões como eu não ligam para isso, mas a rapaziada que vai comprar esse aparelho sente falta.

Fazendo uma comparação automobilística, o Flipout é um Smart. Ele é todo moderninho, cheio de estilo, não serve para correr em alta velocidade e não é um carro para quem é maluco por carros. Ele tem alma de Mercedes mas custa menos que uma versão de luxo. E para a maioria, isso está de bom tamanho.

Ah, e o que aconteceu com as bolachas? Bem, o fiel Bender Rodriguez fez as honras de fragmentá-las. Achamos melhor não ofertar o telefoninho ao pequeno canino. Vai que ele se anima a mastigar…

Resumo: Motorola Flipout

O que é isso? Celular minúsculo, equipado com Android 2.1 com foco pesado em redes sociais.
O que é legal? Tamanho irrisório, muito bem construído, com vários recursos bacanas que deixam o aparelho com jeitão de Android 2.2.
O que é imoral? A resolução da tela. Ninguém merece 320×240…
O que mais? Possui o menor e mais confortável teclado que já testamos, e a tela com multitoque é a cereja por cima do bolo.
Avaliação: 7,5 (de 10). Entenda nosso novo sistema de avaliação.
Preço sugerido: R$ 999 (preço do aparelho desbloqueado sem bônus da operadora)
Onde encontrar: www.motorola.com.br

 

 

 

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