Nokia 5.3: um bom intermediário
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Nokia 5.3: um bom intermediário

RESUMO

Nokia 5.3 faz parte da linha intermediária da HMD Global e tem bom desempenho, boa câmera, mas nada excepcional.

Nokia 5.3: o que importa

O smartphone Nokia 5.3 é o segundo aparelho da HMD Global a ser lançado no Brasil, já com fabricação local. É um bom, mas não um ótimo, telefone celular e supre bem as necessidades de quem quer tela grande, câmeras OK (nada impressionante) e desempenho rápido/fluido, com Android 10.

Não me levem a mal: ser OK é ótimo, está na média. O irmão mais velho (e menos poderoso) Nokia 2.3 não causou boas impressões e, perto dele, o 5.3 é um topo de linha com um preço sugerido honesto (R$ 1.899) que já deve estar mais barato no varejo. O aparelho já é montado no Brasil e distribuído pela Multilaser.

Design, specs, desempenho

As configurações: tela de 6,55″ (HD+) na proporção 20:9, chipset Qualcomm Snapdragon 665, 4 GB de RAM, 128 GB de armazenamento interno (expansão com microSD até 512 GB), bateria de 4.000 mAh. São quatro câmeras na traseira – 13 megapixels na principal (f/1.8), 5 megapixels na grande angular, 2 megapixels na macro e mais 2 megapixels no sensor de profundidade. A parte de trás tem também o leitor de impressões digitais.

O design do Nokia 5.3 segue o padrão de smartphones desde 2018, com a câmera frontal em gota. As bordas na tela são reduzidas e o acabamento traseiro é feito em plástico. A Nokia colocou na caixa uma capa plástica, daquelas transparentes que ficam amareladas com o tempo (e são padrão para a maioria dos fabricantes) – pelo menos é uma proteção.

O smartphone tem botões para controle de volume e liga/desliga na lateral direita; no lado esquerdo, o inútil (e onipresente) botão de Google Assistente e a gaveta do SIM card; acima o conector de fones padrão 3,5 mm e embaixo, o conector USB-C (sem carregamento rápido da bateria, uma pequena falha contra concorrentes da Samsung e da Motorola).

Mas a HMD Global ainda está longe de voltar aos tempos da velha Nokia e seu design imbatível (como o eternamente lindo Lumia 800). Se colocar o Nokia 5.3 ao lado de um Moto G qualquer, é difícil perceber a diferença.

Gostei do desempenho em geral do Nokia 5.3 – não travou, o Android 10 é do tipo “puro” e sem interferências da fabricante, a interface é limpa e simples. A última atualização de sistema foi o pacote de segurança do Android com data de 1 de novembro, o que é muito bom. Vale notar que o smartphone tem um rádio FM integrado, algo raro hoje em dia.

A bateria aguentou um pouco mais de um dia de uso (lembrando que na quarentena o processo de testar smartphones é… diferente, com mais uso de tela e Wi-Fi em apps sociais/email do que na rua com 4G). A falta do carregamento rápido incomodou – é das tecnologias que viciam ao usar (e o 5.3 vem com um velho e bom carregador de 5V na caixa).

As câmeras do Nokia 5.3

Nokia no passado era sinônimo de câmeras boas em smartphones (Lumia 1020 está aí para contar história com o 808 Pureview). Não sei nos modelos mais avançados que a marca já lançou no exterior, mas não me empolguei com a do Nokia 5.3. A principal, como disse lá em cima, é OK – tendo boas condições de iluminação, funciona do jeito prometido. A “inteligência artificial” que detecta cenas é rápida e o aparelho não leva um tempo com a tela travada processando a imagem, como no Nokia 2.3. Exceção feita aqui ao modo noturno, que leva alguns segundos após a exposição para gerar a imagem final (que nem é tudo isso e fica estourada em várias áreas da foto).

Mas não entendo a obsessão de fabricantes em colocar uma câmera macro (Motorola, estou falando com você também) que é facilmente superada pela lente principal e perde o foco muito fácil. Mais simples seria ter a lente principal, a grande angular para ampliar a opção de enquadramento (mas não à noite, que não é legal) e manter o sensor de profundidade, que é a melhor coisa da câmera, com bons resultados para objetos e pessoas.

Algumas fotos que tirei mostram isso:

Eu compraria um Nokia 5.3?

O Nokia 5.3 entra naquela faixa do “vale tudo” no mercado brasileiro de smartphones: os intermediários abaixo de R$ 2.000 e briga com aparelhos mais velhos (=1 ano de idade) como o Samsung Galaxy A51/A71 (o A51 foi um dos telefones mais vendidos no mundo em 2020) e os Motorola G8 no geral.

Tem como pontos positivos o grande espaço de armazenamento (128GB), um processador razoavelmente rápido, uma tela grande e uma câmera que não vai operar milagres, mas com a luz certa tem bons resultados. O Android 10, com promessa de atualização para o Android 11 e as mais constantes atualizações de software da Nokia também contam bons pontos para o Nokia 5.3.

Os pontos negativos são a ausência do carregador rápido (a tecnologia não me pareceu estar integrada ao smartphone – usei o de 25W do Galaxy S20 Ultra e não mudou muita coisa) e o desempenho fraco da câmera à noite. Com um valor menor que o sugerido (como eu disse no review do LG K61) e uma necessidade urgente de Android “puro”, eu compraria um Nokia 5.3.

Ainda aguardo a Nokia trazer os modelos mais avançados da linha ao mercado brasileiro e, espero, criar uma boa concorrência para Samsung e Motorola no país.

[Nokia]

Escrito por
Henrique Martin