AirPods Max | Cyberpunk 2077 | TVs do futuro
Início » NEWSLETTER » AirPods Max | Cyberpunk 2077 | TVs do futuro

AirPods Max | Cyberpunk 2077 | TVs do futuro

RESUMO

Edição enviada em 11 de dezembro de 2020 aos assinantes da INTERFACES NEWSLETTER

Na semana que o Facebook foi processado por práticas anticompetitivas, a Apple lançou um fone de ouvido que fez mais barulho que Mark Zuckerberg surfando cheio de hipoglós no rosto. Brincadeiras à parte, o fim de ano atípico deve demonstrar – pelo ritmo das empresas de tecnologia – que dezembro é um mês tão importante e acelerado como outros, vide mais lançamentos de smartphones, agora de olho no Natal. De resto, respire, desacelere e indique Interfaces para os amigos (e boa leitura!) – Henrique e Samir.

DESTAQUE DA SEMANA

FACEBOOK E O ANO TERRÍVEL, HORRÍVEL E ESPANTOSO

No começo do ano, a Wired escreveu uma matéria de capa sobre os dois últimos anos caóticos no Facebook. Com um 2020 imprevisível (por conta de tudo que passamos, afinal), agora a empresa de Mark Zuckerberg – depois de eleições, desinformação, problemas com moderação – foi processada pela FTC e mais de 40 estados norte-americanos.

Motivo: práticas antitruste, já que o consumidor não tem mais opções em redes sociais – o Facebook acabou com qualquer potencial concorrência. Um dos alvos do processo é desfazer a compra do Instagram (feita em 2012) e do WhatsApp (em 2014). Processos antitruste são longos, complicados e difíceis de chegar a uma conclusão (Microsoft em 1999 que o diga, quando fechou um acordo com o governo americano). O Facebook diz que o caso todo é um “revisionismo histórico” – já que a compra do WhatsApp e do Instagram foi aprovada pelos órgãos regulatórios na época. E separar empresas que tinham meia dúzia de funcionários em 2012 e hoje têm milhares não vai ser fácil (ainda mais que muita tecnologia de bastidor é compartilhada entre os produtos do Facebook).

As 53 páginas do processo focam no peso do Facebook no mercado em impedir (esmagar?) competidores menores antes que eles possam representar alguma concorrência. A definição geral é que o Facebook detém monopólio no mercado de “redes sociais pessoais” – amigos, parentes, em resumo – diferente de um Twitter, onde se fala para uma audiência mais ampla e com certeza não queremos ver parentes por perto.

As previsões dos especialistas nos EUA estão bastante indefinidas: há quem diga que será um processo rápido, outros que vai demorar anos – e que o Facebook tende a colocar lucrosna frente das pessoas. No fim das contas, o satírico The Onion fez o melhor resumo: “Facebook anuncia divisão do governo americano antes que fique muito poderoso”. Que venha 2021.

ELETRÔNICOS DE CONSUMO

OS AIRPODS DA DISCÓRDIA

A Apple anunciou esta semana os fones de ouvido AirPods Max. São um acessório que, no geral, a mídia não entendeu: achou caro demais, simples demais, feio demais – tudo antes de colocar as mãos (ou melhor) os ouvidos em um.

Faz tempo que não vemos tanto desgosto por um produto imediato nas redes sociais (coisas como feio, caro, muito caro, quem compra é trouxa, compro um Celta usado com esse dinheiro e por aí vai). Tudo é posicionamento de mercado, e a Apple não quer competir com fones Sony e Bose de US$ 300 – parece querer ser a alternativa mais barata (US$ 549 lá, R$ 6.899 aqui) a fones profissionais de alta fidelidade que custam acima de US$ 1.000. São fones que (imaginamos) terão longa duração, já que as espumas, presas por ímãs, podem ser trocadas por outras.

Ontem no final da manhã as primeiras prévias dos AirPods Max começaram a ser publicadas – com menos de 24h de uso, não tem como chegar a grandes conclusões, mas que realmente parece premium (pela construção em alumínio) e com boa qualidade de som. Reclamões à parte, os fones da Apple estão esgotados no site da marca nos EUA (no Brasil aparece um “confira em breve a disponibilidade”). Hype que gera resultados, afinal.

AirPods Max: design e preço polêmicos (Apple/Divulgação)

PERGUNTAR NÃO OFENDE

E já que estamos falando de AirPods, você já usou os seus (ou algum fone de ouvido sem fios) no banho? Responde para a gente no Twitter.

FAZENDO UM SOM

Carl Pei, fundador da OnePlus, saiu da empresa e abriu uma startup de áudio. Entre os investidores no projeto está Tony Fadell, o “pai” do iPod.

SÓ FALTA CONTAR O PREÇO

Mais um vazamento dos novos Galaxy S21, agora com vídeos promocionais dos novos smartphones e seu novo design. Tem até data vazada de lançamento: 14 de janeiro de 2021, no último dia da CES virtual. Os fones Galaxy Buds Pro, com novo design, devem vir em três cores: prata, preto ou roxo.

JOGOU A TOALHA

Como algum sábio já disse no Twitter, “empresas como LG e Sony mantém a linha de smartphones por conta do ego de executivos”. A Sony já reduziu suas operações globais em 2019 e agora é a vez da LG, que reorganizou sua unidade de dispositivos móveis. A primeira medida foi terceirizar o design e a fabricação de smartphones de entrada – a LG só vai colar a etiqueta e cuidar do marketing/distribuição.

FIM DE UMA ERA

A Sony Brasil vendeu sua fábrica de Manaus para a Mondial, que prometeu contratações novas e usar a planta para produzir TVs, microondas e aparelhos de ar-condicionado. A Sony anunciou o encerramento das atividades no país em setembro.

O ANO NUNCA ACABA PARA OS SMARTPHONES

Motorola anunciou o lançamento do Moto G 5G (não confundir com Moto G 5G Plus), do Moto G9 Power (com bateria enorme) e do Moto E7, modelo de entrada. E a Asus finalmente trouxe o Zenfone 7 para o Brasil, com preço premium (R$ 5.399 à vista).

FUTURISTA

A Samsung anunciou para 2021 a chegada do primeiro modelo comercial de televisor com a tecnologia MicroLED – que praticamente deixa a tela sem bordas. Começa a ser vendida no primeiro trimestre mundo afora, com 110 polegadas e resolução 4K – preço não foi divulgado ainda, mas deve ser bem alto.

Vamos de tela fina, sem borda e imagem impecável na TV MicroLED (Samsung/Divulgação)

MAIS RUMORES

A Bloomberg diz que a próxima geração de computadores com chips Apple vai “ultrapassar os PCs topo de linha“. O pessoal mais técnico está bravo com a geração atual com Apple M1, que depende de internet sempre para ligar pela primeira vez – algo crítico para operações que dependem da falta de conectividade (como carteiras de Bitcoin).

MISTÉRIO

Estamos espantados com todo o barulho governamental em cima da Huawei e do 5G e essa nota do Lauro Jardim falando que a Anatel vai gastar R$ 460 mil com equipamentos… da Huawei.

EDITORIA TRANSPORTES

ACHADOS AMAZON DA SEMANA

CULTURA DIGITAL

RACISMO, CENSURA, ALGORITMOS

A discussão sobre algoritmos – código de programação, na prática – terem algum tipo de viés de confirmação segue quente. A pesquisadora Timnit Gebru, co-líder do time de ética em Inteligência Artificial do Google, foi demitida na semana passada – por conta de críticas ao próprio sistema de contratação do Google (que não parece curtir muito grupos minorizados) e os vieses de confirmação aplicados em sistemas de inteligência artificial usados pelo próprio Google (e que, bem, causaria problemas, ou melhor, já causou, certo?).

Os resultados seriam apresentados em uma conferência científica – o Google leu antes, não gostou e mandou a doutora embora. Alguns dos seus colegas vieram a público e confirmaram sua versão – de que foi demitida, não que pediu as contas.

Ainda na questão do viés, existe alguma luz no fim do código: entre os inúmeros anúncios da AWS no Re:Invent 2020 (segunda semana), estava o SageMaker Clarify, um sistemaque ajuda a evitar (ou ao menos reduzir) o viés em modelos de aprendizado de máquina. Mas muita coisa ainda precisa acontecer para isso acabar – todas elas envolvem humanos e muitos deles em nível gerencial, de liderança nas empresas de tecnologia, não apenas no código.

A CULPA É DO ALGORITMO

Na Nova Zelândia, uma comissão do governo chegou à conclusão de que o atirador de Christchurch (que matou 51 pessoas em duas mesquitas em 2019) foi influenciado pelo YouTube e seu sistema de sugestões automáticas.

DISNEY AUMENTA O CARDÁPIO

Anúncio para investidor deveria ser uma reunião modorrenta, com engravatados e senhores de meia idade sentados com planilhas e gráficos descobrindo o que os executivos da companhia esperam fazer com seu dinheiro nos próximos anos.

A Disney transformou esse momento em um espetáculo – The Walt Disney Company Investor Day (aqui o PDF apresentado) – com mais de 50 anúncios de séries, filmes e atrações focadas principalmente na plataforma de streaming da marca. Na prática, a Disney não espera que voltemos ao normal tão cedo. Falaram números interessantes – mais de 86 milhões de assinantes de streaming (137 milhões somando seus outros dois grandes serviços – Hulu e ESPN+ – além do Disney+), e apontam a expectativa de crescimento a mais de 300 milhões de assinantes para 2024.

Para esse crescimento se consolidar duas coisas devem acontecer: um aumento no número de produções (o que estão fazendo) e a adoção massiva do streaming como meio de consumo de mídia (o que está acontecendo). E teremos um canal novo de streaming, o Star+, para o conteúdo mais adulto das marcas (leia-se Hulu para o resto do mundo). Pago à parte, claro.

Resta saber se Amazon, Netflix, HBO (e Globoplay, nunca esqueçamos do potencial de um spin-off com a juventude de Odete Roitman), as companhias de cabo e outros estúdios vão deixar que o caminho seja tranquilo. Voltando aos lançamentos, é possível ver que o investimento foi pesado e provavelmente a pandemia e o foco em produções para as plataformas digitais – e não apenas o cinema – ajudou a dar um empurrãozinho nesse número elevado de lançamentos futuros (e por futuro, veja que tem coisa programada até para 2023 que anunciaram ontem).

São atrações do universo de Star Wars (Hayden Christensen voltará a interpretar um Cigano Igor, quer dizer, Darth Vader, ao lado de Ewan McGregor como Obi-Wan Kenobi na série que leva o nome do Jedi, uma série apenas para Ahsoka Tano e um filme – Rogue Squadron), da Marvel (que começam a ser lançadas em sequência a partir de janeiro com WandaVision), da Pixar (com filme sobre a origem de Buzz Lightyear!) A vantagem que a Disney tem é justamente o portfólio com nomes de peso e que já atraem audiência. Não tem que tirar um House of Cards, Stranger Things ou La Casa de Papel da cartola a cada mês.

TV AINDA EXISTE

O Loading, novo canal jovem, fez um certo barulho na estreia – e nas redes sociais. Será que a Geração Z assiste TV mesmo ou é só hype de Twitter?

O ANO DO TIKTOK

O pessoal da Rest of World diz que 2020 foi “o ano do TikTok” e podemos dizer que errados eles não estão. Os caras sobreviveram à pressão eleitoreira – que segue indefinida nos EUA – e fizeram acontecer. O NYT tem um guia dos melhores comediantes por lá.

RELAXE

O Headspace, app de meditação que abriu as portas da prática para muita gente durante a pandemia, vai virar um programa especial da Netflix. Estamos calmos e controlados esperando a estreia.

Relaxar vai ser mais fácil com a série da Netflix e do Headspace (mas sem fechar os olhos) (Headspace/Divulgação)

PARA ADULTOS (1)

Uma longa denúncia no NYT de domingo expôs ao grande público a triste realidade dos sites adultos: mulheres adultas e menores são exploradas, abusadas, expostas em vídeos de vingança e as empresas não fazem nada. Parece até com umas redes sociais que a gente conhece.

O site citado na reportagem (que aqui suprimimos pois se você acessa seu e-mail corporativo, a menção dele fará o filtro da empresa barrar o email) tentou fazer algumas mudanças (como proibir downloads de vídeos), mas no fim vai sofrer aonde dói mais: no bolso. A Mastercard disse que não vai mais permitir o uso dos seus cartões no site, que cobra por uma assinatura para eliminar anúncios e ter acesso a conteúdo “premium” (e a Visa também cortou as relações).

PARA ADULTOS (2)

Mas como estamos em um mundo capitalista, a Bloomberg cita que o OnlyFans – plataforma onde as pessoas expressam sua “arte” (vestidas ou não) para seus fãs que pagam pequenas mensalidades – pode virar uma empresa de mídia bilionária. Tem até umabrasileira falando que fatura milhões (mesmo convertendo as libras para reais, o número impressiona) por lá (mas bloqueia os conterrâneos, olha que curioso). Pode parecer dinheiro fácil, mas já temos visto uma afluência de produtores de conteúdo e muita gente falando do trabalho que dá manter a rede alimentada, o público engajado, esconder a segunda carreira (o negócio para muita gente é dizer que é contador – já que ninguém entende o que se faz), e lidar com questões que só influencers adultos enfrentam.

DISTOPIA FASHION

330 VIPs em todo o mundo receberam um par de Oculus (o gadget de VR do Facebook) para ver o desfile da coleção outono/inverno 2021 da Balenciaga em realidade virtual.

No Brasil, a Lu do Magazine Luiza virou garota-propaganda da Adidas, cruzando o vale da estranheza com facilidade.

LINHA AMARELA, ESTAÇÃO FARIA LIMA

A Pantone divulgou a Cor do Ano 2021 – são duas, na verdade: o amarelo Illuminating e o cinza Ultimate Grey. Parece uma homenagem a metrôs, garagens e estacionamentos.

LGPD COM RECEITA

Ao menos no estado de São Paulo, uma nova legislação proíbe farmácias de vincularem seu CPF a descontos em remédios. Com a Lei Geral de Proteção de Dados em vigor, faz sentido – Henrique foi à farmácia outro dia e, sem a lei em vigor ainda, teve que receber um link por SMS e confirmar os dados (imaginou consumidores confusos com a situação) para dois laboratórios diferentes – tudo para comprar um genérico com preço reduzido.

GAMES

MELHOR TER ADIADO DE NOVO?

Para calar a boca dos céticos e cínicos de plantão, Cyberpunk 2077 foi realmente lançado na data anunciada (desta vez). A questão agora é lidar com os reviews de pessoas ansiosas que esperavam o melhor jogo da história, uma obra sem igual… e se depararam com um jogo que ainda precisa de alguns ajustes, correção de bugs, mas que entrega variações de genitália excepcionais e uma cidade super imersiva com potencial ótimo.

A Twitch foi tomada por streamers do jogo, que deve ser um sucesso também de transmissões. O problema de prometer algo épico e sem igual por muitos anos é que se você entrega algo ótimo já está abaixo das expectativas.

MELHORES DE 2020

Poderíamos discorrer por horas sobre eleições de melhores do ano, poderíamos selecionar os nossos melhores do ano, poderíamos fazer um especial só para isso… mas vamos nos ater ao que os outros premiaram, pois os Melhores do Ano Interfaces serão anunciados só no final do mês. O Washington Post definiu seus campeões (Hades) e ontem foi noite de The Game Awards, que além de premiar os seus melhores do ano (The Last of Us parte 2 – Hades ficou com o prêmio de jogo indie) teve um calhamaço de anúncios e teasers.

CRESCEU PARA BURRO

Que podcast que nada, este foi o ano do videogame no YouTube.

NÃO É BRINQUEDO NÃO

Há muito de política envolvendo jogos… e não é na trama deles, mas na vida real. Seja no setor de games do Ministério da Justiça ou no interesse que grupos da extrema direita têm pelo tema.

DINHEIRO EM CIRCULAÇÃO

De acordo com o Nubank, games são um interesse latente de seus correntistas – que aumentaram em 30% o volume de compras desse nicho.

ALEXA, VAMOS JOGAR

O avanço da Amazon no mundo das plataformas de jogo por streaming (Luna) ainda está em sua infância, como a PCGamer explica, mas soa promissora.

LEITURAS LONGAS

GUIA DE COMPRAS

O NYT pegou o melhor do kitsch, do brega e do que pode ser considerado de péssimo gosto, misturou com algumas coisas úteis e fez o guia de compras mais curioso de 2020. O jornal traz ainda um perfil de um criativo que fingiu ser um Trump nas redes sociais… e ganhou reconhecimento do presidente americano (!)

CARECAS DE SABER

A agência de checagem Aos Fatos levantou um perfil de como alguns youtubers bolsonaristas ganham dinheiro vendendo promessas de cura. Como diz o ditado, sempre tem um trouxa querendo se separar da sua grana.

GRANDE PERGUNTA

Na era das redes sociais, artistas são músicos ou influenciadores? O Hits Perdidos tenta responder.

EVOLUÇÃO

Na Wired, uma matéria sobre a QuantumScape, empresa que tenta resolver o maior problema tecnológico dos últimos quarenta anos: criar uma nova tecnologia para baterias.

DANDO NOME AOS BOIS

No WSJ (paywall), a experiência de virar um day trader (o jogo do bicho dos ricos) usando o app Robinhood.

TECHBIZ

PLANTA OU GALINHA?

A Granja Mantiqueira, tradicional produtora de ovos, criou uma foodtech para criar ovos feitos de planta, e parece estar dando certo.

FUTURISMO

Sem ideia para uma startup? Crie uma que ajuda outras startups!

INTEGRAÇÃO

Falando em startups, a Samsung investe bastante nelas no Brasil – a Época Negócios explica os motivos.

CAIXA REGISTRADORA

Enquanto os meios de pagamento não chegam (e foram atropelados pelo Pix, diga-se de passagem) ao WhatsApp, o mensageiro agora permite às contas comerciais criar carrinhos de compras dos produtos. Já no Pix, as Lojas Americanas e o Submarino já aceitam para pagar compras.

INTERFACES circula por e-mail toda sexta-feira de manhã e é republicada no site na segunda-feira. 

Para assinar, clique aqui.

1 comentário