Review: Huawei Scale 3, balança conectada
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Review: Huawei Scale 3, balança conectada

RESUMO

Balança leva a internet das coisas para o seu banheiro, mas você precisa saber interpretar os dados – ou pedir ajuda a um profissional.

A Huawei Scale 3 é uma balança conectada que mede 11 índices corporais e sincroniza os dados com seu smartphone.

O dispositivo, sozinho, é interessante, mas acredito ser recomendável ter algum tipo acompanhamento profissional para conseguir entender e avaliar as informações que ele traz. São muitas e nem sempre o contexto está presente.

Huawei Scale 3: o que importa

  • A balança conectada, segundo a Huawei, mede 11 índices corporais: de peso a frequência cardíaca. Você insere as informações básicas (idade, altura, sexo) e o resto é feito sozinho pela Scale 3, que sincroniza com o aplicativo Huawei Saúde.
  • E deve ser utilizada para acompanhar metas e mudanças no corpo conforme você faz exercícios (ou dieta, ou ambos). É uma companheira da “jornada do condicionamento físico”, segundo a fabricante.
  • A conexão com o smartphone é feita por Bluetooth ou pela rede Wi-Fi (balanças com Wi-Fi, quem diria, não?). O aparelho tem quatro eletrodos para coletar os dados – sim, precisa subir na balança descalço – e uma pequena e discreta tela com LED branco que mostra informações rápidas como peso, porcentagem de gordura no corpo e batimentos cardíacos.
  • A Scale 3 usa quatro pilhas AAA, que segundo a Huawei dura até 6 meses com três medições diárias. Tem apenas uma opção de cor (branco elegante) e mede 30 x 30 cm.
  • O aparelho já está à venda no varejo online pelo preço sugerido de R$ 279.

Configuração e uso

A princípio, configurar a Huawei Scale 3 foi um pouco confuso. Uso o Huawei Saúde faz tempo para sincronizar dados do relógio Watch GT2 e achei que seria rápido configurar direto no Android (um Galaxy S10+). Não era, porque a balança simplesmente não aparecia na lista – e se eu clicasse em algum dos modelos, encontraria uma falha.

Após quebrar a cabeça e questionar (bastante) a fabricante, chegamos a uma conclusão: o app no meu smartphone estava… errado. Era para eu baixar a versão que vem na Huawei App Gallery, a lojinha de aplicativos da marca – aquela que não tem apps do Google (longa história).

Baixei a App Gallery, só atualizei o Saúde e a balança apareceu na lista de aparelhos disponíveis. Bastou subir descalço na balança (algo necessário para a configuração) e emparelhamento foi rápido, pediu a senha do Wi-Fi e pronto.

Na sequência o app já puxou meus dados básicos (altura, idade) e me pesou. Aqui entra a questão de acompanhamento médico/profissional que falei lá em cima: a primeira recomendação foi de perder 45,2 kg (!). Tenho 1,83 m, sim, sou grande e a quarentena não ajudou muito com o peso, mas é um número absurdo (meu menor peso foi 85 kg e eu estava muito magro).

Eu tenho noção do número absurdo porque ele é baseado no Índice de Massa Corporal, que já é consenso de que não é algo muito confiável. Mas vamos esquecer o IMC e a meta maluca (ajustável, claro). Ao clicar nos resultados, por exemplo, a Huawei é bem didática ao explicar essas medições – tanto que ao entrar em Peso, a análise do app diz que o ideal pode ser perder 31,55 kg, não 45,2 kg.

Porém os outros dados, para leigos, parecem um pouco vagos: é gráfico ver meu peso e a barrinha ali no limite entre “acima do peso” e “obesidade”. Mas ao mudar para Gordura Visceral, tem apenas um número – e nas demais medições também. Não temos escala de comparação, e ir ao dr. Google nem sempre é a melhor solução (de novo, tenho noção do meu corpo e dos meus limites, mas nem todo mundo sabe lidar bem com uma informação dessas).

Fui de novo ao Dr. Google para tentar entender o que é Conteúdo Mineral Ósseo e saí com mais dúvidas que antes (imagino que são 3,77 gramas por osso? por quilo de osso? não sei! preciso ligar para o ortopedista). Então, acompanhamento de um profissional de saúde para usar um gadget conectado é sempre bom.

A Scale 3 também permite medir convidados, por dois modos: adicionando um novo usuário na conta do Saúde ou fazendo medições de convidados, com dados que são apagados após o uso.

Vale notar que ao pesar menores de 18 anos ou maiores de 65 anos, a Scale 3 avisa que os dados são mais precisos entre 18-65 anos e que os resultados são apenas referência – tanto que aparecem apenas o IMC e os batimentos cardíacos. Adoro que o app pede para inserir os dados com sinceridade.

Eu compraria uma Huawei Scale 3?

Sim, mas porque já uso produtos da marca (os relógios GT/GT2 têm bateria eterna – quase 2 semanas – e me ajudaram a começar a correr antes da pandemia) e sei o caminho das pedras para baixar apps e usar os produtos (apesar de ter apanhado um pouco nesse). A Scale 3 tem um design bonito e o uso de pilhas (e não bateria interna) é uma ótima solução (acabou, recarrega as pilhas ou troca, pronto). E entrega muitos resultados, que servem para acompanhar o progresso de um programa de exercícios ou dieta a longo prazo.

Se não fosse usuário de longa data, acredito que seria mais complicado – e é esse o desafio da Huawei hoje, já que não tem mais smartphones e investe no ecossistema de produtos e acessórios (fones, roteadores, relógios e agora balanças). O consumidor tem que passar por passos adicionais, instalando a App Gallery (via link no site da Huawei) e depois criar uma conta no serviço, o que não ficou muito claro ao tirar o produto da caixa.

E lembrar sempre que é um produto que vai dar medições sobre seu corpo, mas nem toda vez você conseguirá interpretar os dados. Por isso, algum acompanhamento profissional é recomendável.

[Huawei]
Escrito por
Henrique Martin