Hands-on: Nintendo 3DS
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Hands-on: Nintendo 3DS

RESUMO

Colocamos nossas mãos rústicas no novo portátil da Nintendo, que está causando surtos de histeria coletiva, especialmente por causa do lançamento ocidental, que acontece agora em 27 de março.

Colocamos nossas mãos rústicas no novo portátil da Nintendo, que está causando surtos de histeria coletiva, especialmente por causa do lançamento ocidental, que acontece agora em 27 de março.

O jeitão do 3DS lembra muito o DS Lite, com o adicional de atrair muito mais marcas de dedos que o acabamento em acrílico translúcido com uma camada de plástico colorido do Lite. Note as duas câmeras, que servem para captar imagens com efeito estereoscópico.

O novo portátil é bem mais espesso que o DS Lite, mas ainda dá para carregar fácil. Usar ele no bolso da calça? Boa sorte para não andar de forma esquisita ou atrair atenção indesejada… O botãozinho deslizante cinza é o seletor de perspectiva 3D, e o outro é o botão de ativação do Wi-Fi.

Do lado direito, o esquema clássico de botões da Nintendo, os LEDs indicadores de funcionamento e carga e o botão de acionamento. Na parte central, uma área sensível ao toque, com o botão que leva à Home, uma novidade no portátil. A saída para fone de ouvido está bem no centro do aparelho.

Do outro lado, o direcional digital em cruz e o novo direcional analógico, que é surpreendentemente confortável e preciso. Não lembra em nada o botão analógico horroroso do PSP. Vejam que o portátil tem entrada para cartão SD, ao lado do direcional digital, como o DSi.

Esse é o botãozinho mágico do 3DS, que controla a intensidade do efeito estereoscópico. Além de ajustar o ponto de convergência óptica, que varia de pessoa para pessoa, ele permite que o efeito seja totalmente suprimido, uma dádiva para muita gente que fica mareada ou com dor de cabeça por causa do efeito.

As primeiras conclusões que tiramos ao passar alguns momentos íntimos com o portátil: o peso é bacana, o menuzinho inicial é bem melhor que o do DS e os controles melhoraram bem.

O que não convenceu: o efeito 3D, que funciona (e não dá para registrar nem a porrete em vídeo ou em foto) não foi muito bem aproveitado por todos os jogos. No Pro Evolution Soccer, é uma piada, enquanto que em Super Street Fighter IV convence um pouco. Mas dá para viver tranquilamente sem nunca deslizar o botãozinho 3D para cima.

A capacidade gráfica impressionou, pois ele se assemelha ao Game Cube, o console que tinha melhores gráficos da sua geração e foi brutalmente injustiçado, engolido pelo PS2. Pilotwings é um deleite, nem lembra a versão esquisitona do Nintendo 64.

O 3DS é um portátil bacana, mas parece muito pouco para justificar o investimento. Nos EUA, ele custa US$ 300 (sem impostos) e nem os deuses da receita federal sabem quanto Nintendo cobrará por aqui. Por essa grana, o iPod Touch resolve tranquilo a demanda por jogatina portátil, com a vantagem crucial que os jogos não custam uma naba – no 3DS, cada game sai não sai por menos de US$ 40 (e aqui provavelmente girem em torno de R$ 160 – R$ 200). Pagar isso em um jogo quando existem boas alternativas por US$ 10 ou menos é coisa para fanboy alucinado.

Pessoalmente, vou esperar. A Nintendo me deixou na mão ultimamente. Primeiro foi a escassez de coisa decente no DS, depois foi o trauma para comprar o Wii (que vivia esgotado, mesmo meses depois do lançamento). E em seguida, a mesma falta do que jogar que vivi no Wii. Tirando Super Mario Galaxy 1 e 2, os joguinhos da Capcom, No More Heroes 1 e 2, Zelda e Mario Kart, nada muito memorável passou pelo meu Wii. Eu sei que saiu um monte de games para o console, mas quase nada se aproveitava. O que saiu de lixo com minigames casuais, jogos de babá, animais bestas e dança foi inacreditável. Mesmo os jogadores mais novinhos acabam percebendo o que é lixo.

Acreditei no Wii Fit, que usei em meia dúzia de jogos e encostei por causa do Kinect, no Wii Motion Plus, que é legal demais e quase não foi aproveitado e nas promessas da Nintendo. E nem vou falar da parte online do console, que passava vergonha até em relação ao primeiro Xbox.

Se eu tiver certeza que sairão jogos decentes, que a Nintendo não vai lançar uma versão nova (praticamente igual, resolvendo algum bug absurdo) do console daqui a um ano e existirem alguns jogos do Miyamoto para o portátil, vou esperar um pouco.

A Nintendo surfou por muito tempo sozinha a onda dos portáteis e perdeu um pouco o respeito com o jogador. Eu caí no conto do Gameboy Advance sem iluminação da tela – que me obrigou a descolar um MOD complicadinho, o After Burner, para ficar usável – e do primeiro DS. Agora preciso de provas dos tios Reggie Fils-Aime e Satoru Iwata antes de torrar minha grana.

Aprendam com a Apple, que apesar do odioso iTunes, sabe entregar bom hardware e atualizá-lo de verdade a cada ciclo de lançamento. Ou com a Microsoft, que surpreendentemente conseguiu fazer o melhor console da geração atual e o reinventou várias vezes, sem cobrar um centavo a mais dos jogadores. Tudo bem, o serviço Xbox Live é pago, mas vale o dinheiro.

Nintendo, faça com que eu gaste meu suado dinheirinho feliz com seus produtos. Como não sou só eu que pensa assim, espero que a turma do adorado Miyamoto se emende com o 3DS.

7 comentários
  • Desisti da Nintendo assim que conheci o PlayStation e não me arrependo… Um portátil desse tamanho, com esse preço e com jogos caros, não me atiça a compra-ló, não sou fan boy mas prefiro portáteis com jogos mais sérios e com muitos recursos para justificar o custo, como citado, ou NGP ou um iPod …

  • É verdade o que você disse.eu só me interessei pelo wii por causa do zelda,fatal frame 4 e paper mario sendo que esse último me decepcionou.

  • Eu adoro o meu Wii. Sou apaixonado por ele e não troco por nada. Entendo sua indignação por um certo tipo(s) de jogo(s), porém são públicos alvos diferentes. O Wii é sensação em todos os encontros de amigos, festas e churrasco que levo. A diferença é o público.
    Quando você fala "O que saiu de lixo com minigames casuais, jogos de babá, animais bestas e dança foi inacreditável. Mesmo os jogadores mais novinhos acabam percebendo o que é lixo." -> são os jogos que mais gosto, pois os jogos não possuem uma seqüencia e posso desestressar a qualquer hora.

  • O portatil em si tem tudo pra vingar.so´ nao gostei do designer, a nintendo deviria ter mudado o formato do aparelho..

  • Como dizem, gosto é que nem %&@: Cada um tem o seu!

    Gostei da sua análise, mais crítcas do que outros sites que tratam o 3DS como um Deus… 😉

  • Hoje em dia nem é comum ter jogos em três dimensões. meu sonho é que tenha como "a mente da pessoa seja transferida para o personagem do jogo", como se você estivesse no corpo do personagem e visse tudo que ele via e que o corpo dele seja o seu corpo. Desse jeito daria para explorar bem o jogo. Quando inventarem isso, aí que eu vou adorar… Rapaz, como seria bom você dentro do jogo New Super Mario Bros Wii, aquele percurso iria quase virar realidade…