Galaxy S20 Ultra: um review de quarentena
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Galaxy S20 Ultra: um review de quarentena

Estou usando o Samsung Galaxy S20 Ultra desde o começo de março – ele vai embora amanhã (16). Grande parte desse período envolveu sua utilização durante a quarentena – estou em casa desde 18/3.

Esse tempo me fez levantar dúvidas sobre a necessidade de um aparelho high-end (de qualquer marca) em tempos de pandemia. A resposta é sim, mas os fabricantes vão precisar se adaptar a novas necessidades de um novo tipo de consumidor.

Fato é que, em 2020, o mundo mudou de uma hora para outra e nossas necessidades de consumo, trabalho e educação estão sendo revistas ao repensar as vidas dentro de casa.

Hoje, pensando em recursos de um smartphone ou gadget que seriam úteis para mim, a lista inclui:

  • tela grande (algo que o S20 Ultra cumpre de forma excepcional)
  • materiais mais resistentes a limpeza/desinfecção várias vezes ao dia (Microban, por exemplo, não protege contra vírus). Nanotecnologia? ligas de cobre? Turma de pesquisa e desenvolvimento, agora é com vocês.
  • sensores para medir temperatura corporal (seja com uma câmera térmica ou algum tipo de sensor tanto no telefone quanto em um relógio/pulseira inteligente)

Mas isso é para o futuro. E qualquer um hoje que disser que sabe o que vai acontecer, está chutando alto.

Voltando ao S20 Ultra: a tela. Eu vivo em uma relação de amor e ódio com displays grandes. Gosto muito das variantes “plus”, mas fico tentado quando pego um telefone que cabe na mão (e no bolso sem ocupar muito espaço) – como o Galaxy Note 10 “normal”. Lembrando que, no passado, dependendo do aparelho, era bom ser discreto no seu uso em público para evitar roubos/furtos.

O Galaxy S20 Ultra é um gigante (16,6 cm de altura!) e, em tempos de quarentena, sua tela de 6,9 polegadas é para usar a qualquer hora. OK, entendo que tempo de tela hoje é outro tipo de discussão, mas invariavelmente o smartphone está comigo o tempo todo agora. Deixei a tela com taxa de atualização alta (120Hz) e pronto, o melhor recurso do S20 Ultra está em uso.

Tela incrível para ver vídeos, ler o Twitter (e passar raiva com as notícias), assistir TikToks e stories do Instagram, usar a câmera frontal para falar com amigos (e fazer reuniões) no Zoom e no Google Meet (desculpe, Skype, mas você não entra mais em eletrônico nenhum meu).

É, sem dúvida, a melhor tela em um smartphone à venda no Brasil hoje.

Mas tela incrível muito usada leva a um problema: bateria. Porém, bateria dentro de casa, na quarentena, não é um problema. O S20 Ultra tem uma bateria de 5.000 mAH que eu consumo muito. Carrego pela manhã até uns 80%, quando acordo, depois carrego de novo no final do dia. Bônus para o carregador super rápido de 25W, que torna o ato de colocar na tomada mais veloz.

Outro ponto positivo do S20 Ultra é o desempenho. É rápido, não trava, o hardware é bom e a Samsung, pelo menos na série S/Note/Fold, se garante em updates de sistema operacional e de segurança.

Momento desabafo: não precisamos mais (e eu raramente uso o recurso) de benchmarks para smartphones, pelo menos. Vão dar números enormes de resultado que, sem comparação com números anteriores, não vão dizer muita coisa.

Você compra um iPhone porque é um iPhone, você compra um Galaxy S20 porque é um Galaxy S20. Tem a grife, a marca por trás – e agora dez anos de modelo atrás de modelo provando que seus topos de linha seguem um padrão de qualidade. Não vou comprar um smartphone pensando no benchmark. Quero saber se sua tela é boa, se a bateria dura, como é seu uso no mundo real (ou no mundo de quarentena).

Pequenos pontos negativos (ou detalhes insignificantes) do S20 Ultra percebidos: a película frontal da tela, que vem pré-instalada, desgasta um pouco (dá para ver no reflexo da imagem com a lua um pouco acima). A capa de plástico, em tempos de limpeza extrema, ficou opaca rápido. A mesma capa, com a tela grande, atrapalha também um pouco o uso dos gestos do sistema no display, já que quase não tem bordas.

A câmera

Já mostrei muitos resultados da câmera bastante nos dois “passeios fotográficos” (parte 1 e 2). Mas um update de software melhorou algumas coisas – como o foco automático da câmera principal. Outras (e o Joel, que tem um S20 Ultra também e mandou as fotos do segundo passeio fotográfico, concorda comigo) continuam levemente decepcionantes, como o modo noturno.

De dia, a câmera segue imbatível:

Já à noite, segue apresentando resultados distintos.

Aqui temos, na sequência, imagens feitas no modo noturno do iPhone 11, do Galaxy S10+ e do Galaxy S20 Ultra, feitas da janela do meu escritório.

Dando uns passos para trás, com as luzes do escritório apagadas:

As do Galaxy S10+ seguem minhas favoritas, seguidas pelas do iPhone 11. De qualquer modo, a câmera do S20 Ultra é muito boa, com o zoom híbrido de até 30x (depois disso, é puro marketing e as imagens ficam muito borradas/sem definição).

Algo curioso, porém, aconteceu antes da quarentena. Consegui capturar, sem querer, o que acontece com o sensor da câmera (no modo Noturno) quando cai um raio durante uma tempestade.

Aqui, a imagem “noturna” (num local sem energia elétrica por conta da tempestade):

Aqui, durante o período da captura (uns 8 segundos, acho) com um raio caindo ali perto durante a exposição. Virou… dia (!) com uma mancha enorme. Eram 19h55.

E de novo:

Conclusão

A Samsung cobra caro nos seus smartphones topo de linha – o S20 Ultra (preço sugerido: R$ 7.999 na versão com 128 GB de armazenamento). Mas todo mundo sabe que a Samsung (e o varejo) é campeã em reduzir esses preços daqui alguns meses.

Talvez hoje, na quarentena, se você precisa de um smartphone novo, um modelo mais barato caiba no bolso (economizar faz sentido, gastar muito num flagship não) e atenda suas necessidades. Exemplo: o Galaxy S10+, da geração 2019, ainda é uma excelente opção, com preços já bem menores (na faixa dos R$ 3.000 no e-commerce).

Fato é que vivemos em um mundo pandêmico em transformação. Não acredito muito em lançamentos gigantes tão cedo, com centenas ou milhares de pessoas no mesmo ambiente – isso é válido para qualquer fabricante. As marcas vão ter que se reinventar para lançar coisas – e eu estou curioso e otimista com isso.

Escrito por
Henrique Martin
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