Com Cortex A9, ARM chega aos 2 GHz dual core
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Com Cortex A9, ARM chega aos 2 GHz dual core

RESUMO

E o povo da ARM mostrou hoje (16) que seu processador Cortex A9 pode chegar a velocidades de clock de 2 GHz, incluindo em chips dual core.

cortex

E o povo da ARM mostrou hoje (16) que seu processador Cortex A9 pode chegar a velocidades de clock de 2 GHz, incluindo  chips dual core. Não vou entrar nos detalhes técnicos (não compensa, já que o próprio comunicado de imprensa é difícil até para quem entende do tema), mas em um papo com o Nagano pensei que isso levanta algumas dúvidas (ou um sinal de fumaça) pro pessoal de Santa Clara. Ou estaremos doidos?

O fato é que processadores ARM são usados em celulares, set-top boxes, DVDs, impressoras, roteadores e muito mais eletrônicos que nem imaginamos que tenham um processador, mas têm. E essa é uma área que, vira e mexe, a Intel quer se meter – principalmente a de celulares.

Vale lembrar que o novíssimo e celebrado (lá fora) Zune HD, da Microsoft, usa um processador Nvidia Tegra, baseado em tecnologia ARM. Nem todo fabricante de eletrônicos divulga qual processador comanda seu gadget, mas tem uma grande chance de ele ser um ARM e você nem ter ideia.

Aí vem o momento “Intel Inside”: pra que diabos você precisa de um processador de 2 GHz num celular, por exemplo? Mais processamento de vídeo, melhor gerenciamento de bateria, mais recursos de hardware compartilhados, processos que nem sempre são percebidos pelo consumidor (nem venha falar que o celular é mais rápido, poxa, isso é imperceptível na maioria dos casos/usuários, mas é uma baita estratégia de marketing, não?) se beneficiam disso.

E o dilema da ARM, com um chip “rápido” desses como o Cortex, é se fazer perceber como alternativa ao consumidor. Só que o problema é que ARM não usa arquitetura X86, logo não roda… Windows. Podem até vir a existir super netbooks com ARM (como o Netwalker PC-Z1 da Sharp), mas invariavelmente eles irão rodar Linux (uma boa ideia, dependendo do caso, distribuição e personalização da distribuição usada) ou “deusmelivre” Windows CE (urgh) – passo. Não vejo a Microsoft portando Windows 7 para ARM, e nem a ARM migrando para o X86.

Aí é o que o Nagano me disse no telefone: é estratégia de concorrente fazer latir mais alto. Se a Intel late de um lado, a ARM vai e responde. Podem até nem saber porque estão latindo, mas continuam fazendo barulho.

Nagano comenta: A ARM sempre foi uma força nesse mundo (literalmente falando) dos pequenos dispositivos com processador embedded. Eles falam RISC, são ligeiros e obscenamente econômicos. O Interessante é que a ARM é uma empresa “fabless”, ou seja, ela não produz chips, apenas licencia sua tecnologia para diversas empresas como Apple, LG, Alcatel, Oki, Qualcomm, Samsung, Sharp, Texas Instruments, etc.

O curiososo é que a própria Intel já foi um grande parceiro do mundo ARM desenvolvendo os chips StrongARM (que veio de quebra junto com a incorporação da DEC) e que evoluiu para a sofisticada linha XScale que foi vendido para a Marvell em 2006, para abrir espaço para os novos chips Atom que, a cada dia avança para cima dos pequenos dispositivos com processador embedded com o claro objetivo de fazer esse mundo (literalmente falando) falar x86.

Ou seja, se de um lado a Intel faz amizade com a Nokia e vai anunciar uma nova linha de chips Atom do tipo SOC (System on a Chip) com recursos integrados para storage, setup-boxes e telecom no próximo IDF 2009, a ARM faz amizade com a  Nvidia (Tegra) + mais meio-mundo e ainda anuncia um chip de 2 GHz.

Ah sim… e se o pessoal de Santa Clara tem o Windows, os bretões de Cambridge tem o mundo Linux do seu lado.

Escrito por
Henrique Martin
13 comentários
  • Hoje no BrLinux o Augusto Noticionou que a ARM entrou para Linux Foundation. Formalizando um pouco mais, pois já cooperava.

    É uma pena que todo mundo tenha medo de peitar a MS. Porque seria bem interessante ter opções de netbooks ARM por aí.

    Claro que tem os chatos que vão reclamar que não vai rodar o photoshop ou o Crysis(como se bastasse ter windows para rodar), mas seria muito útil para todo mundo que se dispusesse usar.

    Palpite time: Será que no lançamento do ChromeOS a Google não vai criar algum selo “Chrome Powered” e fomentar fabricantes de netbooks ? 🙂

  • Tecnologia é um mar de ideias, as melhores se tornam referencias, outras apenas ofuscam o que pode vir a ser certas areas(isso server para Hardware e S.O) , Linux esta para quebrar paradgmas, porem como Ismael disse, as pessoas tem medo de sair do conforto a que foram condicionadas e tentar o novo, o enovador, mas Linux vai aos poucos chegar lá! Ou melhor as pessoas se darão conta das possibilidades.

  • Se a gente lembrar q o ChromeOS é baseado em Linux, e se essa fomentação de netbooks aviltada pelo Ismael realmente acontecer, a ARM está com pelo menos a faca na mão para cortar o queijão do mercado de netbook 🙂

  • Eu quero um celular com um processador de 2ghz! Ok, eu ja estaria feliz se fizessem celulares de 1 ghz (tem o da toshiba).

    Acho que ano que vem podemos esperar varios lançamentos ARM (tablets, smartphones e smartbooks).

    Sobre a MS, é questao de tempo. Eles vao ignorar o mercado por uns 2 anos, depois vao inventar uma historia e portar o Windows 7 para arquitetura ARM.

  • É isso aí. Se for pela Intel eles colocam chips “AtomMobile” nesse mundinho logo logo. A ARM também é esperta. Tomara mesmo que eles já tenham protótipos x86 bem escondidos e funcionando. Dá-lhe maior e MELHOR concorrência! Quero ver chips mais poderosos pra cada nicho e principalmente mais baratos.

  • “”Tomara mesmo que eles já tenham protótipos x86 bem escondidos e funcionando””

    Vira essa boca pra lá, para o que se propõe a arquitetura ARM é muito superior a x86, basta ver o atom, que é um lixo de prosessador e consome muito mais energia que os ships Arm cortex e se bobear tem um desenpenho inferior.

  • meu amigo, o Nagano só não te informou que o Google OS, o Chrome OS, vai ser feito para x86 e ARM. Fora o fato de não rodar x86 por questões legais, o ARM é muito mais indicado para Netbooks, e até Laptops, já que esses 2ghz devem mais que ser suficientes para qualquer tipo de operação.

  • @Rafael, me parece que a ARM não pode lançar um processador baseado nas instruções do X86. Parece que só três empresas hoje tem permissão de produzir tais chips: Intel, AMD e Via.

  • Se a ARM dependesse do mercado de celulares, handhelds, e afins, eles já tinham falido faz é tempo.

    É fato que o volume do mercado de celulares é brutal, mas eles atuam com maior enfase no mercado das soluções embarcadas, ganharando muito $$$ no valor agregado.

    Do contrário, eu acredito que eles já estariam brigando na arena dos celulares com força há mais tempo.

  • Ué, mas a maioria dos celulares mais moderninhos não rodam núcleos licenciados da ARM?
    A questão é que o “fabless” que o Nagano citou, eles não brigam diretamente, eles só dominam por meio das implementações dos licenciados.

    Pelo que eu me lembre, todos os celulares com Windows Mobile rodam ARM (o sistema deve funcionar em MIPS ou SuperH, mas não lembro de nenhuma implementação em celulares).
    Symbians, Androids, Palm Prés e iPhones também.
    E também estão em uso em aparelhos ralé/”commodities”…

    Eles não ganham dinheiro vendendo chips, o preço da licença não envolve o produto final e sim a implementação (em geral qual geração da arquitetura é utilizada e quantas unidades são vendidas)

  • @Walter

    você está certo quanto ao modelo de negócios deles. O que eu quis dizer é quando o nicho é interessante, a turma da ARM ajuda nas otimizações para tornar o produto mais eficiente. Era esse valor agregado que eu estava falando onde eles ganham $$$.

    Ou seja, quando o nicho é interessante para eles, seja por $$$ ou por estratégia, evidentemente que eles vão apresentar algo mais sofisticado, do contrário, nada impede de qualquer um comprar chips com tecnologia ARM e fazer o que precisar sem dar qualquer satisfação.

    Com tecnologia ARM é possível fazer qualquer coisa, de um relógio de mesa ou uma placa POST a dispositivos computacionais mais sofisticados, como Celulares e Netbooks.

    Possivelmente, a ARM novamente vai chamar atenção da mídia, bem como foi há alguns anos atrás.

  • Acho que no final das contas, o custo de pesquisa e desenvolvimento (sem contar o tempo) para uma solução específica assim é alto demais e o retorno nem deve ser tão alto.
    Não duvido que o retorno de licenças só das implementações nos iPods e Nintendo DS seja maior que qualquer otimização de nicho.

    @Henrique:
    Já faz algum tempo que se sabe que é um ARM da Samsung:
    http://www.engadget.com/2007/07/01/iphone-processor-found-620mhz-arm/
    … Os primeiros iPods usavam núcleos ARM da PortalPlayer depois foram substituídos por outros núcleos ARM (provavelmente Samsung).