CES Asia 2016: os gadgets que foram destaque
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CES Asia 2016: os gadgets que foram destaque

A CES Asia 2016 me surpreendeu positivamente. Cheguei em Shanghai sem saber muito o que esperar: depois de anos cobrindo o caos de Las Vegas, imaginei que seria algo parecido. Não é: a CES Asia é um bicho totalmente diferente.

E tem seus motivos para ser diferente. Em Vegas, a CTA (organizadora da bagunça do evento) vai completar em 2017 o aniversário de 50 anos da CES norte-americana. Lá, eles ditam o tamanho da exposição. Em Shanghai, não. São novatos em eventos na região, e isso os fez repensar a estratégia para a Ásia.

Segundo Gary Shapiro, CEO da CTA, a CES Asia (que está apenas na segunda edição) foi criada para atender ao desejo de empresas de tecnologia americanas e europeias que queriam falar de perto com a China e seu enorme potencial de mercado.

Foi mais ou menos isso que aconteceu: a primeira edição ocupou apenas dois dos 17 pavilhões do gigantesco Shanghai New International Expo Centre. Em 2016, foram quatro pavilhões quase cheios, mais algum espaço do lado de fora para áreas de demonstração da Intel, BMW e Continental.

Quatro pavilhões significam realizar o sonho impossível (de Vegas) de dizer “Fiquei dois dias na feira e vi todos os estandes mais de uma vez”. Sério. Para comparação, Vegas tem mais de 30 mil exibidores. Shanghai, pouco mais de 350, sem grandes figurões como LG, Samsung, Ford, Qualcomm, para ficar em alguns exemplos.

Aqui, os grandes mesmo foram a Intel, o Alibaba, o Baidu, o Walmart local, os fabricantes de carros. Shapiro comentou que todos os expositores da CES Asia passam por curadoria, por uma questão de espaço mesmo – não é que nem nos EUA, que se resume a “pagou, tem direito a espaço na feira”, máxima que vale tanto para uma Panasonic como para um fabricante de capinha para iPhone.

Então, no fim das contas, a CES Asia é mesmo um bicho diferente da CES Las Vegas. Em vez de correr atrás de grandes anúncios de três ou quatro fabricantes, tive tempo para andar na feira, falar com as empresas (ou não, já que o idioma – chinês para mim, inglês para eles – é uma grande barreira), ver alguns keynotes. Foi um evento (que acaba amanhã, quando será aberto ao público geral e eu volto pra casa) diferente do que estou acostumado.

Exemplo rápido de como se perder na tradução: a startup francesa Allure Systems promete entregar fotos para e-commerce de roupas… sem precisar de modelos. Parece uma boa ideia. Perguntei para a mocinha de plantão (não era francesa) como isso funcionava. CES Asia 2016 - 34A resposta? “Tecnologia“. Ah, tá. Obrigado. Talvez numa próxima seja uma boa contratar um tradutor.

Então, em vez de dividir tudo em vários posts, juntei os meus destaques da CES Asia em um só – ainda mais porque muita coisa nem existe ainda, é projeto que vai pros Kickstarter/IndieGogo da vida (fora a mala-que-anda-sozinha, que mereceu um post solo). Muita coisa nem tem preço ou data de chegar ao mercado, mas esses produtos refletem a busca por inovação da CES Asia.

Telas da EDO

Lá na CES em Vegas, a LG mostrou suas telas curvas. Na CES Asia, a EDO (EverDisplay Optronics) mostrou suas telas com tecnologia AMOLED… curvas, para serem usadas algum dia em painéis de carro, eletrônicos de consumo e, por que não, smartphones. Para mim, é um exemplo de como a China age rápido para oferecer uma resposta a produtos dos seus concorrentes – incluindo uma tela 4K flexível.

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Sleep Shepherd Blue

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Tá, entra na categoria “internet das coisas esquisitas”, mas é algo que eu penso em comprar. É uma faixa para usar na cabeça durante a noite, para medir o sono (algo que a maioria dos wearables já faz) e, melhor ainda, fazer você dormir direito sem precisar daquele remedinho tarja preta.

Dentro da faixa, sensores de EEG (sim, eletroencefalograma) monitoram as ondas cerebrais, junto com um acelerômetro de três eixos que checa como sua cabeça está no travesseiro. E promete, usando ondas bineurais, fazer seu cérebro acalmar, relaxar, dormir e te acordar na hora certa. Tudo isso é monitorado e catalogado num app de smartphone.

Começa a ser vendido mês que vem, preço médio sugerido de US$ 249.

[Sleep Shepherd]

Valsfer

É um estúdio de design chinês, sem produtos próprios. A ideia aqui é usar o conhecimento em produtos de outros fabricantes chineses que não têm expertise em design industrial, funcionando como um mercado aberto.

Exemplos legais: uma estufa para plantar qualquer coisa em casa…
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E essa luminária incrível que é feita para forçar pais a brincar com seus filhos, deixando o smartphone de lado: a lâmpada só se acende quando um telefone é encaixado na outra extremidade. Se tirar o aparelho, a lâmpada se apaga e a luminária desce, como numa gangorra.

[Valsfer]CES Asia 2016 - 12

Dasung

Essa startup transformou uma tela de e-ink (como a do seu Kindle) em um monitor de 13,3 polegadas, para ser usado no dia a dia com seu computador. Sem luz azul, sem reflexo, sem cores: se conecta com um cabo USB e resolução de 1.600 x 1.200. O conceito é reduzir o cansaço e proteger os olhos.

[Dasung]

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#Choose

Você precisa de um smart-tênis? Se sim, o #Choose é a sua escolha. Projeto do estúdio de IoT BlueGriot, você controla as cores do LED pelo seu app. A bateria é recarregada usando tecnologia sem fios – o modelo da Lenovo me pareceu mais divertido/interativo. Esse só muda de cor.

[BlueGriot]

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Plen2 Mirror Robot

Sensores-estilo-Kinect + uma cara simpática fazem o Plen2 reproduzir os gestos de quem está na frente dele. Pode ser (e ter) um brinquedo, mas é impresso em 3D, com uma plaquinha Arduino por dentro (=hackeável). Algo assim pode servir, um dia, como base para robôs de resgate que repetem o comportamento humano.

[Plen2]

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Ah sim, o Plen2 pode jogar futebol em grupo (!)CES Asia 2016 - 20 CES Asia 2016 - 21

Momit Cool

Seu aparelho de ar-condicionado é burro e você nem imagina. O Momit Cool pode ser usado em qualquer aparelho com controle remoto e transforma o dispositivo em algo inteligente – e controlado por smartphone (e aí você guarda o controle na gaveta). A empresa também produz um termostato para casa, que funciona de modo similar.

[Momit]

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LeEco

Anote esse nome: LeEco. O logotipo quase ilegível e todo o stand em chinês quase me fizeram passar batido pela marca. E o que é LeEco? Mais uma startup chinesa que faz de tudo – TVs, bicicletas, câmeras de painel de carro, smartphones – no melhor estilo Xiaomi.  Já têm quatro modelos de smartphone no mercado, incluindo um com porta USB-C, e estão fazendo barulho na Ásia.
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Dlodo Glasses V1

Realidade Virtual (e drones) são os queridinhos do momento nas feiras de eletrônicos. O Dlodo Glasses V1 me parece o primeiro par de óculos de VR que não é um trambolho na cara de quem está usando. Pesa apenas 84 gramas, tem ângulo de visão de 100 graus e apenas 16 mm de espessura. Impressionante.

[Dlodo]CES Asia 2016 - 31 CES Asia 2016 - 32

Escrito por
Henrique Martin
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