Números enormes: 5 anos de Motorola + Lenovo
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Números enormes: 5 anos de Motorola + Lenovo

Hoje (29) a união da Motorola com a Lenovo completa 5 anos. O tempo passa rápido, não?

Em 29 de janeiro de 2014, escrevi:

A Lenovo compra uma fabricante de hardware que criou produtos muito interessantes nos últimos anos (destaques para o Razr i, do Moto X e do Moto G), mas não vingou muito em vendas. Reza a lenda que a Lenovo queria comprar mesmo era a Blackberry, mas o Canadá não deixou.

Comprar uma companhia americana não é novidade para a Lenovo. Em 2005, compraram a divisão de PCs da IBM e hoje a Lenovo é número 1 em vendas de PCs/notebooks no mundo. Mantiveram o espírito ThinkPad (e a qualidade dos produtos) e vão fazer o mesmo com a Motorola. Já deu certo uma vez, não tem motivo para não repetir essa estratégia.

Vender a Motorola foi um movimento esperado por parte do Google. Foi a notícia do Mobile World Congress naquele ano, por sinal, quando a Motorola fez uma sessão com a liderança da companhia para falar com a imprensa.

Lembrando sempre que o Google comprou a Motorola em 2011 por causa de patentes, mas – ao meu ver – entendeu que esse negócio de hardware era complicado demais (mas continuam apostando nos incríveis Pixel, que nunca vieram ao Brasil).

De 2011 a 2014, o Google colocou ordem na casa e preparou o terreno para a Motorola atual – notadamente com a criação do Moto G em 2013. O Moto G é um exemplo clássico (escolas de negócios deveriam estudar a estratégia de lançamento desse produto, sério). Foi vendido como intermediário-com-excelente-experiência-e-preço e, bem, deu muito certo.

Deu tão certo que o Sérgio Buniac, que era o diretor da Motorola no Brasil, completa agora em março um ano na presidência da empresa. A Motorola, ao menos no mercado local, é número 2 graças ao sucesso do Moto G e suas variantes, só atrás da Samsung.

Porém (sempre tem um porém), eu acredito que a Motorola – nesse período pós-Google / durante a Lenovo – perdeu a simplicidade da linha de produtos. Em 2013/2014, a linha era composta pelo Moto E de entrada, o Moto G intermediário e o Moto X topo de linha. Três linhas de produto, poucas variantes.

Hoje temos Moto C, Moto E (e variantes Play/Plus), Moto G (Play/Plus), Moto X4 (ainda está no site da marca… apesar de indisponível), Moto Z3 Play, Moto Z2 Play/Force Edition e Motorola One. No dia 7 de fevereiro chega a linha nova do Moto G (sétima geração!), a ser anunciada no Brasil (e que já vazou mais que cano furado). Seis linhas de produtos, inúmeras variantes.

Produto demais que confunde na hora da compra – até, errr, a Samsung tem mais ordem nesse caos (J de entrada, A intermediário, S topo de linha… e talvez M de entrada).

De qualquer modo – concordando ou não com o número exagerado de produtos no mercado – a Motorola segue firme e forte no Brasil, até com promessa de smartphone dobrável.

Curioso lembrar que, na época da aquisição pela Lenovo, uma expectativa não se manteve por parte dos chineses: a CCE, marca local que seria usada para produtos de entrada e que tinha sido comprada pela Lenovo em 2012. Em 2015 a parceria acabou e a CCE voltou para as mãos dos donos originais.

Outra maluquice de branding no período foi a Lenovo tentar emplacar um novo nome para a aquisição… Moto (não deu certo a troca e voltou pra Motorola mesmo). Mas, poxa vida, a Motorola fez o primeiro (e único) smartphone modular decente do mercado, o Moto Z.

E se em 2014 a ameaça ao mundo Android eram as guerras de patentes, em 2019 ela vem de fora – da própria China, por sinal – com marcas como a número 2 global Huawei (a eterna “vai chegar no Brasil de novo em algum momento”), Xiaomi, Oppo, Vivo (que não têm presença local nem deve ter tão cedo, mas inovam mais que qualquer outra marca global de smartphones) – vide o gráfico do IDC ainda do terceiro trimestre de 2018 abaixo. Notou que a única marca ocidental é a Apple?

Nagano comenta: Apesar de todos os trancos e barrancos, é inegável que a Motorola é uma lenda no mercado de telecomunicações.

E para aqueles que acham que a Motorola não é uma empresa inovadora e com um pé no futuro, vale a pena relembrar que eles já tinham introduzido o estiloso e polêmico “notch” em seus aparelhos já em 2012 — ou seja — 5 anos antes do iPhone X:

Chupa essa, empresa com nome de fruta! ?

Escrito por
Henrique Martin
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